Tem vez que ter companhia é bom, tem vez que não é. Há um tempinho atrás, em 2006, eu estava na quarta série e estudava pela manhã, na escola Florestan Fernandes. O meu tio Diego que estudava á noite, sempre me ajudou nos momentos que precisei. À tarde eu, ele e meus irmãos assistíamos filmes, saíamos para passear e dávamos boas risadas. Lembro de um dia que ele pegou um potinho de dipirona seco, colocou sal e vinagre e disse que era outra coisa, tínhamos que tomar, quem agüentasse o gosto amargo ganhava.
Só que agora meu tio está tão estranho, nunca o vi daquele jeito. Ele diz que é por causa do trabalho e da faculdade. Eu sei que ele está sofrendo agora para realizar o sonho que tem. Ele era o único que me ajudava, muitas vezes falava coisas que me faziam pensar, sempre me dava conselhos, falava sobre os amigos, de pessoas especiais, principalmente sobre a Jaque Flores. Isso era companhia... Eu podia chegar chorando na casa dele que logo me acalmava. Por isso, peço a ele, que se eu o tiver magoado com palavras, espero que me desculpe.
Às vezes penso tanto nesses bons tempos, não consigo esquecer e começo a chorar.
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