quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Ecos do passado – Por: Jaqueline Flores

Se na época em que eu estava na sexta série, dez anos atrás, minha professora de Língua Portuguesa tivesse pedido para escrever uma memória sobre meus pais, eu teria adorado, é certo que inventaria muitas coisas, por não conhecer bem o meu pai. Mas seria uma experiência boa compartilhar o que sabia.
De fato, não sei muitas histórias sobre a infância dos meus pais, mas o que sei, conto, principalmente a história do meu pai, que se fosse parar para investigar daria um livro. Para começar, minha avó paterna casou aos trezes anos por imposição da família, desse casamento nasceu meu pai e meu tio, ambos não habitam mais entre nós. Meu avô inventou de bater em minha vó, o pai dela barrou logo a ideia e a tirou de casa. Nunca mais ela viu o meu avô. Só sei que ele resolveu se vingar roubou meu pai enquanto dormia, aos três anos.
Os anos passaram, minha vó casou novamente, teve mais seis filhos, ficou sem ter notícias do meu pai por muitos anos, que foi criado pelas tias, sofreu muito, foi muito maltratado, cresceu no meio do mato, sem estudo, sem uma família de verdade. Só veio encontrar a minha vó quando tinha vinte e cinco anos, pouco tempo antes do meu nascimento. História difícil, triste, o curioso é que em vida, meu pai e meu tio não tiveram contato. Meu tio faleceu nove meses antes do meu pai, mesmo morando em Estados diferentes, ficaram no mesmo hospital, no mesmo setor e por incrível que pareça, foram enterrados no mesmo cemitério. Separados em vida, unidos pela mesma terra. Coincidência ou não, essa história mexe muito comigo.

domingo, 22 de novembro de 2009

Por um fio – Por: Danilo S. Faustino

Tinha uma loja que ficava perto da minha casa. Quando chegaram minhas férias resolvi ir até lá. Chegando lá, a dona da loja falou comigo, ela era tão bonita que naquele momento eu desejei passar a minha vida inteira com ela.
Seus olhos pareciam gotas de diamante, os seus cabelos pareciam a rosa mais florida do meu jardim. Rapidamente fui para minha casa, me arrumei, gastei todo o meu perfume, cortei os cabelos, as unhas. Confiante, fui até a loja, cheguei até ela e disse "Jhessica, você é a menina mais linda que já vi, você quer sair comigo?" Ela respondeu que queria.
No dia do jantar ela não apareceu, fui à loja e ela não estava, liguei para a casa dela e a mãe dela disse que ela estava morta, ela tinha câncer e havia deixado uma carta para mim que dizia: "John, eu te amo, queria passar o resto da minha vida com você. No dia em que te vi pela primeira vez, me apaixonei loucamente, sempre estarei com você, um beijo. Te amo."
Chorei. Parecia que eu queria morrer, pensei que se ela não tivesse câncer, ela estaria ao meu lado, agora tenho em mente que ela se foi, fica a minha tristeza porque não me casei com ela.

sábado, 21 de novembro de 2009

A cobra – Por: Islaine


Eu estava conversando com minha mãe a respeito de cobras, falando que tinha muito medo dessas víboras, foi quando ela começou a me contar...
"Quando eu era pequena com mais ou menos nove anos, numa certa noite de verão eu e meus irmãos estávamos no quintal de casa brincando e conversando.
Depois de algum tempo me deu vontade de fazer xixi, minha irmã Solange, a quem eu chamo até hoje de Tota, falou pra que eu fosse ali mesmo, no matinho, ninguém veria, poderia ir sossegada.
Confiante, fui. Passado um tempo que eu estava lá no meu banheiro improvisado, minha irmã grita desesperada para eu sair de lá correndo dali porque havia uma cobra atrás de mim, ela gritava para que eu saísse logo dali.
Do jeito que eu estava, fiquei. Achando que fosse brincadeira dela. Minha irmã insistiu, dizendo que era verdade, meu irmão Amadeus, a quem chamo até hoje de Deuzinha confirmou o fato desesperado também.
Resolvi olhar para trás para ver se era verdade o que eles estavam falando, quando olhei vi uma baita cobra bem perto de mim. Saí gritando, correndo, chorando desesperadamente, com as calças no joelho. A partir daquele dia, nunca mais fiz xixi no matinho do quintal da minha casa."

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mãe só tem uma – Por: Camila da S. Lourenço

Memória de Camila da Silva Lourenço, baseada na entrevista com Umbelina Pinto Lourenço

Quando eu tinha sete anos perdi minha mãe. Foi o pior dia da minha vida, ela morreu queimada.
Naquele dia a minha infância acabou, tudo o que eu tinha havia acabado, sumido. Senti a dor de perder uma grande mãe. Meu pai se casou de novo, ganhei outra mãe, a minha madrasta também me deu muito amor, não foi como o amor da minha mãe, a mãe da gente faz muita falta.
Casei, fiquei casada por trinta e seis anos, depois me separei. Tive cinco filhos, um morreu, mesmo assim segui em frente, não me desesperei. Hoje tenho cinquenta e seis anos e sou muito feliz pela graça de Deus.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

As ideias dos meus pais – Por Ana Paula M. Morgerote


Às vezes, quando fico com vontade de comer alguma coisa ou peço aos meus pais para comprar calças, sapatos, blusas e camisas, eles já vem logo contando as histórias de quando eram pequenos.
Meu pai é o que mais fala sobre isso. Conta que quando era menor só comia leite em pó com pão e água, tudo junto e misturado, que não tinha roupa de marca, que o tênis dele dava muito chulé e era muito ruim.
Minha mãe é quase igual ao meu pai, se peço algo, lá vem ela falando que quando era da minha idade não tinha quase nada para comer, quando tinha Danone comia bem devagar para não acabar tudo, porque o Danone era comido apenas uma vez ao mês.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Família Feliz – por: Dayana R. Camara

Memória escrita por Dayana, baseada na história contada por Maria Renilda (mãe)

Eu tive uma vida sofrida, mas era feliz. Fazia coisas que se contar para minhas filhas, elas não vão acreditar. Pegava galinha da minha vizinha e matava para comer, brincava de boneca (mas não essas bonecas modernas), eu brincava de boneca feita com sabugo de milho, sempre fui muito feliz.
Nasci em Pernambuco e vim para São Paulo com quatorze anos com meu noivo para casar, que hoje é meu marido. Faz dezessete anos que estou casada com ele, tenho três filhas maravilhosas: uma de dezesseis anos chamada Daniela, a outra com quatorze, chamada Débora e a mais nova Dayana que tem doze anos. Hoje sou muito feliz com minha família completa.

domingo, 15 de novembro de 2009

Meu pai na minha infância: Por: Emerson G. Teixeira


Quando eu tinha seis anos, ganhei uma bola que furou no mesmo dia. Então ganhei outra bola de capotão, joguei na rua e um carro passou por cima dela. Chorei muito, depois peguei uma pipa para soltar, tomaram-no de mim.
Chorei muito. Meu pai vendo minha tristeza pegou a pipa de volta para me alegrar. Coloquei a pipa no alto, me cortaram na mão. Então meu pai me deu dinheiro e eu fui comprar outra pipa.

sábado, 14 de novembro de 2009

A vida do meu pai – Por: Thiago Maia

Memória escrita por Thiago Maia, baseada na entrevista com Claúdio Reginaldo

Meu pai me contou que sua infância era muito legal, ele andava a cavalo, trabalhava ajudando sua mãe e seu pai. Mas chegou uma hora que ele decidiu que não dava mais para ficar na casa dos pais.
Aos quatorze anos veio para São Paulo, morou cinco anos sozinho. Foi quando conheceu minha mãe, que já tinha uma filha de três anos. Meu pai gostou muito dela, então namoraram alguns anos, desse namoro eu nasci. Depois de alguns anos eles se separaram. Fiquei morando com minha mãe e depois fui morar com meu pai.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Minha heroína – Por: Wesley B. Damaceno

A infância da minha mãe foi muito ruim, ela estudou só até a sétima série porque teve que trabalhar na roça com a mãe, o pai e os irmãos.
Todos trabalhavam para comprar as coisas de casa. Mesmo trabalhando, minha mãe era feliz brincando com suas amigas. Quando casou com meu pai ficou muito feliz, e essa felicidade dura até hoje. Quando eu e meus irmãos nascemos, foi um momento muito feliz.
Hoje temos uma casa muito bonita, estamos tocando a família, meu pai e minha mãe estão trabalhando, estamos super felizes. Minha mãe tem trinta e cinco anos e tem muita disposição.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A Infância de minha mãe – Por: Fernanda

Quando minha mãe tinha quatorze anos se sentiu mal, minha tia a levou ao hospital. Chegando lá ela teve uma parada cardíaca, foi para a UTI, ficou um mês no hospital e depois teve alta.
Quando ela ainda estava internada, viu uma pessoa com um capuz preto e uma foice na mão. Ela ficou com muito medo. Oito anos depois, ela sofreu um acidente na Imigrantes, foi Deus quem a livrou, pois na hora do acidente não estava muito trânsito.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Infância Atormentada – Por: Leonardo Felipe A. S.

Minha vó me disse que meu pai era muito arteiro, muito bagunceiro mesmo. Ele se juntava com outros meninos da idade dele e aprontava muito. Ela conta que dos filhos dela, meu pai era o mais arteiro, ficava pulando em fábricas junto desses colegas.
Naquela época meu pai nem teve uma infância lá muito longa, ele teve até que deixar a escola para trabalhar. Ele trabalhou muito na roça, foi muito esforçado em sua infância. Hoje é um maravilhoso pai e trabalhador.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

As férias – Por: Michely M. dos Santos

Memória escrita por Michely, baseada na entrevista feita com o pai (Marcos Roberto)

Nas minhas férias de nove anos, fui para Araçatuba com meu pai e meus irmãos. Chegamos lá já era noite, no dia seguinte bem cedinho fui para a casa da minha tia, irmã do meu pai, meu irmão mais velho foi junto. Chegando lá fui brincar com minhas primas, era época de manga, havia uma mangueira muito grande lá, eu e minhas primas subimos na mangueira, meu irmão mais velho ficou com medo de subi, então fiquei zombando dele.
Eu e minhas primas começamos a pular de um galho para o outro, quando fui ver, caí de cima da árvore. Quebrei o braço em três lugares, minha prima mais velha começou a chorar assustada, meu pai estava indo embora e eu iria dormir na minha tia, mas quando ele ouviu o grito, saiu correndo para ver o que havia acontecido.
Ele me levou ao hospital na bicicleta. Fiquei três dias internado, ainda fiquei de castigo por ter estragado o passeio da família. Depois desse dia, nunca mais subi em árvores.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Um sonho – Por: Macksuell de S. Vieira C.

Minha mãe tinha dois sonhos, um deles era comprar uma casa e o outro era comprar um carro.
Ma época que ela queria ter essas duas coisas, financeiramente não daria, mas ela arrumou um trabalho melhor e começou a juntar pouco a pouco e começou a comprar a casa dos sonhos dela.
Conseguiu também comprar o carro que tanto queria. Hoje nós temos uma casa muito espaçosa, onde acontecem muitas festas aos finais de semana.

domingo, 8 de novembro de 2009

Trocando o dia pela noite – Por: Karusca S. C.

Minha mãe contou-me que quando ela era criança, brincava muito, principalmente com seus irmãos. Ela conta que um dia ficou até tarde da noite brincando de brincadeiras que nunca ouvi falar, mas que pela descrição feita por ela, parecem bem divertidas.
Em uma dessas brincadeiras no quintal de minha vó com meus irmãos, minha mãe conta que brincou até o dia amanhecer, a brincadeira estava tão boa que eles nem viram o tempo passar. Depois dormiram a tarde inteira, mesmo assim acordaram morrendo de sono. Ela prometeu nunca mais fazer isso, porque é uma sensação muito estranha, fica mais cansada durante a noite do que durante o dia.
É muito mais perigoso brincar à noite, porque tem mais bichos e fica muito escuro. Minha mãe aprendeu uma lição: pra tudo na vida existe um horário certo.

sábado, 7 de novembro de 2009

Ai! Que susto! – Por: Jaqueline Ap. Santos

Memória escrita por Jaqueline Ap. dos Santos de Jesus, baseada na entrevista com a Mãe Terezinha de Oliveira

Um dia eu estava brincando entre os matos lá na roça. Estava dentro de uma caverna, até que apareceu uma cobra. Eu estava tremendo, morrendo de medo, comecei a gritar socorro ao meu pai. Ele veio correndo para me salvar. Vagarosamente, ele pegou um pedaço de pau, enrolou a cobra e jogou-a no rio. Voltamos para casa e contei a todos sobre o meu grande susto.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A mudança – Por: Gilmar

Quando minha mãe tinha trinta e oito anos, era evangélica e ia à igreja quase todo dia. Ela era muito especial para mim e para meus irmãos.
Quando completou trinta e nove anos, aconteceu uma coisa que mudou a vida da minha mãe, ela conheceu um rapaz e começou a ficar com ele. Eu não gosto desse rapaz porque Ele fez minha mãe sair da igreja. E consequentemente começou a fumar, beber pinga. Nesses dias em que minha mãe estava com ele, não ia mais à igreja.
Memória baseada em fatos reais, retidos de uma entrevista com Antônio José da Silva
Numa bela tarde, exatamente no dia em que eu estava completando onze anos, minha mãe chegou com a notícia de que eu iria realizar o sonho da minha vida, como presente de aniversário eu iria ao zoológico.
Fui. Ao chegar lá, senti-me lisonjeado e muito feliz. Vi macacos, girafas, zebras, leões, rinocerontes... Até que chegou a hora de eu ver o crocodilo, eu estava morrendo de medo, mas consegui chegar até o lugar onde ele estava e o ver. Em princípio senti muito medo, mas depois fiquei curioso, achava que ele iria me matar. Ao contrário do que pensei, o crocodilo estava super calmo. Fui embora muito feliz e satisfeito com aquele presente, um sonho realizado.

Papai e Mamãe – Por: Renan

Quando o meu pai era pequeno, ele trabalhava na roça fazendo tijolo para vender e a minha mãe era professora.
Antes de meus pais se conhecerem, minha mãe passava para a escola e perguntava por que meu pai não ia à escola. Meu pai falava apenas que não, e ficava na porta da escola namorando. Quando minha mãe saía da escola falava para ele "você não foi à escola só para ficar aí namorando" e depois ia embora.
Certo dia, meu pai perguntou se minha mãe queria namorar ele. Minha mãe não aceitou e disse que tinha namorado. Mesmo assim, meu pai continuou na porta da escola. Quando o namoro da minha mãe acabou, ela aceitou o pedido do meu pai. Depois veio para São Paulo, se casaram e hoje somos muitos felizes.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Tempos difíceis – Por Bianca Kawane O.

Memória baseada na entrevista feita à mãe de Bianca

Minha mãe me contou da sua adolescência difícil, quando aconteceu o relacionamento dela com meu pai. Conta desde quando começou, quando ela namorava às escondidas, quando meu tio a pegava no flagra, corria para contar á minha vó. Quando minha mãe chegava a casa, minha vó já estava com o cipó nas mãos, pronta para bater em minha mãe. Depois de um tempo acabou aprovando o namoro, deve ter cansado de buscar tantos cipós.
Minha mãe teve a minha irmã mais velha aos dezoito anos, em consequência disso, teve que morar com meu pai, sofria muito na casa da sogra. Depois veio meu irmão e logo depois eu. Eu nasci aqui em São Paulo e meus irmãos nasceram em Sergipe.
Quando viemos para cá, depois de quatro anos meu pai separou-se da minha mãe. Mas ela foi guerreira nos criando sozinha, até hoje nós temos do bom e do melhor sem a ajuda do meu pai.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Família – Por: Mirelle Leite

Memória baseada na entrevista feita com a mãe de Mirelle: Fabiana

Fabiana trabalhou muito na roça, o que ela não fez na sua infância e gostaria de fazer é estudar. Então falo para quem estuda, aproveite bem, porque se você não tiver cuidado com o que tem, quando crescer vai querer voltar à infância para estudar.
E hoje minha mãe me dá muitos conselhos, espero que você tenha o conselho da sua mãe, o conselho que minha mãe me deu, está guardado em meu coração. Quando ela era pequena, não estudou e ainda teve que cuidar da irmãzinha dela que hoje tem vinte e cinco anos, porque Deus ajudou muito.
Minha mãe começou a namorar aos treze anos, escondido da mãe dela. Ficou com esse namorado durante muitos anos, depois de um tempo se separou dele. Minha mãe conta que é porque ele a maltratava muito. Eu pergunto a ele se isso é verdade, porque ele vem a São Paulo a cada quinze dias, ele fala que é mentira, não sei em quem acreditar. Ele paga pensão para minha mãe, que já é casada com outro homem e tem um filho, eu descobri que esse homem era meu tio.
Quase me esqueci de dizer outro fato, quando nasci e ainda estava no hospital, meu pai falou "tomara que não seja pretinha e do cabelo duro", minha mãe me contou essa história, eu pergunto a ele, que sempre nega, novamente fico sem saber em quem acreditar.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Alarme Falso – Por: Caroline Ferreira

Memória escrita baseada na entrevista realizada com a mãe de Caroline: Tereza Ferreira dos Santos
Quando eu tinha oito anos, morava em um lugar cheio de mato. Um dia achei de entrar no meio do mato e ficar gritando "Socorro!" só para ver o que minha mãe faria. Aproveitei que minha mãe havia ido lavar roupas no riacho e fui atrás dela. Chegando lá, entrei no meio do mato e comecei a gritar "Socorro!". Minha mãe desesperada largou a roupa que estava lavando e entrou no mato para me procurar.
Quando ela estava quase desistindo de me achar, conseguiu me encontrar e descobriu que era pura mentira minha. Quando cheguei a casa, minha mãe deu-me umas boas chineladas.

domingo, 1 de novembro de 2009

Terceira Parte:

Assim contam meus Pais